Comparação, metáfora, personificação.

O leão

Leão! Leão Leão!

Rugindo como o trovão

Deu um pulo, e era uma vez

Um cabritinho montês.

Leão! Leão! Leão!

És o rei da criação!

Tua goela é uma fornalha

Teu salto, um labareda

Tua garra, uma navalha

Cortando a presa na queda.

[...]
                                                                     Vinícius de Moraes

 A comparação é um recurso muito ulilizado pelos poetas em seu poema. É com ela que a mensagem consegue dar a dimensão do significado desejado pelo autor. Para que vocês tenham uma ideia, comparação é uma relação de semelhança entre elementos por meio de termos comparativos, entre os quais: como, qual, feito, que nem, parece etc.

Exemplo: O poema "O leão", de Vinícius de Moraes, é curtinho como o poema "Livros e flores", de Machado de Assis.

Nesse exemplo, identificamos exatamente a comparação por meio da palavra "como".

Agora, voltemos ao poema. Há algum termo comparativo (como, qual, feito, que nem, parace) nele? Sim! No verso " Rugindo como o trovão", há a comparação do rugido com o barulho que o trovão produz, o qual, todos nós sabemos, é bem alto, né, e, por vezes, assustador. No entanto, ao longo do poema, podemos perceber outras comparações: 

Tua goela é uma fornalha

Teu salto, uma labareda

Tua garra, uma navalha

Notem, entretanto, que não há nenhum termo comparativo. Isso não significa que não haja comparação, ocorre, na verdade, outra figura de estilo:a metáfora. Cliquem na palavra "Metáfora" para descobrirem o que ela significa.

Leram? Ela é uma comparação, mas não há termo comparativo explícito.

Vamos identificar se vocês conseguiram entender. Estabeleçam, no comentário, duas comparações  para sorvete. Na primeira frase comparativa, deve constar os termos (palavras) comparativas. Já, na outra frase, a comparação deve ser por metáfora.

Que tal assistirmos a um desenho agora? É, um desenho! Depois explico o objetivo dele.

Esse Garfield é um glutão muito querido. Vive falando com seu dono.... Falando? Ué, gato fala a língua dos humanos? Claro que não! Ocorre que os produtores do desenho personificaram o personagem. 

Personificar consiste em atribuir sentimentos, ações humanas a seres inanimados (sem vida) ou a seres irracionais, no caso, o gato. Essa figura de estilo ocorre muito nos poemas. Querem ver?!

Céu bordado d'estrelas,

A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

 Observem como ocorre a metáfora, no primeiro verso, comparando o céu a um bordado pelo modo como as estrelas enfeitam o céu. Já, em relação aos dois últimos, eu pergunto: ondas e luas dão beijos? Não! Simplesmente atribuíram comportamento humano a elementos da natureza.
Vamos praticar. Escrevam uma pequena história, no comentário, com seres inanimados ou irracionais e personifiquem-nos!

Beijo!